A MUSA

Quando eu tinha uns 15 anos eu li um livro chamado "As Musas da Era Mitologica e Moderna". E eu sonhei como seria ser uma Musa. Se a fonte da inspiração de alguem me parecia uma tarefa dificil, complexa, porem profundamente excitante. So que na epoca eu escrevia, como ainda escrevo, e ser musa de mim mesma não me parecia uma coisa muito interessante. Agora eu sou um pouco mais velha, e mais sonhadora. No meu caso o tempo funcionou como multiplicador. Ele multiplicou meus sonhos pelo infinito. Eu conheci um poeta a algum tempo, sempre achei que não precisava ser poeta para fazer poesia. A poesia não pergunta sua ocupação, ela pousa.Mas esse ja tinha nascido poeta mesmo. Foi desejo a primeira vista, e eu nem sabia que isso existia. Mas existe. E eu comecei a conhece-lo, ouvi-lo e le-lo. E comecei a roubar as poesias dele pra mim. Simplismente minhas. Ele me chamava de Rainha, e eu chama ele de Poeta. Hoje ele ainda escreve, eu ainda escrevo, ele ainda é meu Poeta, e eu a Rainha dele.Essa semana ele me deixou um recado que tinha escrito mais poesias pra mim...ai eu me senti trocando de papel, de ladra de poesias pra realmente dona....pra realmente Musa.
E eu adorei.


O Vento

É assim
As coisas fluem.
Imaginando o barulho do mar
Confundindo o silêncio

Sem rima
E talvez sem amor
Caneta bailando
Para aonde o barco for

A loucura escorregou
E morreram aos risos
Gargalhada linda a sua.
Tanto charme
Quanto a Lua

Beleza que irradia
Estrela cadente
Nosso barco de papel
À favor das correntes

Denner Prince


Na foto : Calíope - Musa da poesia