Monday, October 16, 2006

Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor...






ME LEVE - CANTIGA PRA NÃO MORRER
( Ferreira Gullar) - 1984

Quando você for se embora
Moça branca como a neve
Me leve, me leve
Se acaso você não possa
Me carregar pela mão
Menina branca de neve
Me leve no coração
Se no coração não possa
Por acaso me levar
Moça de sonho e de neve
Me leve no seu lembrar
E se aí também não possa
Por tanta coisa que leve
Já viva em meu pensamento
Moça branca como a neve
Me leve no esquecimento

Moça de sonho e de neve
Me leve no esquecimento
Me leve.

Wednesday, October 11, 2006

Amar ????

Não amei pela atração simples e direta. Pela beleza fulminante. Pela sedução lacônica e apressada.

Não amei à primeira vista. Meus amores foram a prazo, bem parcelados. Com o carnê cheio de folhinhas. Conversados longamente para encontrar a quietude. Observados, desesperados, lentos. Segurar inicialmente os braços, depois as mãos, bem depois o rosto.

Amei pela convivência, pelas afinidades, pelas discussões, pelos cantos da chuva, pelo sol pintado do meio-fio. Amei na continuidade, no alinhamento do riso, nas brincadeiras involuntárias. Amei ao expor confidências ¿ as confidências já eram provas de que amava. Desabafei muito antes de amar, pedi muito ajuda antes de amar, fui incompreendido muito antes de amar.

Amei durante a semana mais do que nos finais de semana. E isso é ótimo.

Thursday, October 05, 2006

MEU PORTA RETRATO


Hoje olho o porta retrato...
Está vazio onde lembro...
O gosto amargo...
De um grande não...

E sinto neste amargo...
A fluidez dos ventos...
E das doces lembranças...

Teu nome...
Teu cheiro...
De lembranças que não...
Consigo esquecer...

E no vazio deste...
Porta retrato ainda...
Lembro que em mim...
A distância é solidão...

Tuesday, October 03, 2006

Mon Amour.....


"Eu estou...
Entre agulhas que me sangranm todo dia
E corações que me gritam todo tempo
Eu estou...só estou..."


Acho que sempre soube amar de verdade, naturalmente, assim como respirar.Certamente por isso sobrevivi, afinal da contas.Mas nem sempre pude falar de meu amor com a clareza e a sinceridade com que faço agora. Isso se deu ao descobrir quem, de fato,eu sou, e depoius que ela me ensinou a adquirir a força necessaria para dar de frente, em relação ao mundo.